domingo, 15 de junho de 2008

Alguns apontamentos sobre Piaget...

Algumas passagens importantes do texto "Desenvolvimento e Aprendizagem" de Jean Piaget.

O que é desenvolvimento?

* Processo espontâneo, ligado ao processo global da embriogênese,
* Se relaciona com as totalidades de estruturas de conhecimento,
* Explica a aprendizagem.

Qual é o problema central do desenvolvimento?
* Compreender a formação, elaboração, organização e funcionamento das estruturas mentais.

Quais fatores explicam o desenvolvimento de um conjunto de estruturas para outras?
* Maturação,
* Papel da experiência,
* Transmissão social,
* Equilibração ou auto-regulação.

O que é aprendizagem?
* É provocada por situações (oposto ao que é espontâneo),
* Cada elemento da aprendizagem ocorre como uma função do desenvolvimento total,
* Está subordinada ao desenvolvimento.

O que é operação?
* Ação interiorizada que modifica o objeto do conhecimento e possibilita ao sujeito do conhecimento alcançar as estruturas da transformação.

Como se dá o conhecimento?
* É necessário agir sobre o objeto,
* É necessário modificar, transformar o objeto,
* É necessário compreender como o objeto é construído e o processo de sua transformação.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Mapa Conceitual sobre texto do Tardiff


Esse mapa conceitual foi construído em grupo sobre o texto do Tardiff

quarta-feira, 19 de março de 2008

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Encerramento ESPEAD 2007/2

Prefácio à postagem...

Acredito que essa seja a derradeira postagem sobre essa caminhada no ESPEAD no semestre 2007/2. Escrevo mais como uma associação livre de idéias, sem muita preocupação com a forma e até mesmo sem refletir muito sobre o conteúdo. Procurei deixar as palavras verterem para a tela e acredito que seja um bom material para uma futura meta-reflexão sobre o meu processo de ser tutora e de construção das minhas aprendizagens...

Retrospectiva 2007/2 ou sobre algumas (grandes) coisas que aprendi...

Aprendi que trabalhar com equipes diferentes é muito enriquecedor, pois é possível convivermos e descobrirmos que não existe somente uma forma de trabalho, embora a sensação de entrosamento pode se estabelecer mais com algumas pessoas do que com outras,

Aprendi que as pessoas podem mudar sua forma de trabalho dependendo com quem fazem parcerias e que isso é importante para seu crescimento pessoal e profissional,

Aprendi que o trabalho do outro pode contribuir com o meu trabalho, aprimorá-lo e vice-versa,

Aprendi que com o diálogo é possível a realização de um trabalho bom e integrado, mesmo que existam diferenças entre as pessoas,

Aprendi que reuniões “à distância” podem funcionar tão bem ou melhor do que encontros presenciais,

Aprendi que escrever um texto cooperativo é possível, prazeroso e oportuniza a descoberta de afinidades e projetos comuns,

Aprendi que minhas intervenções junto aos alunos são importantes quando me deparo com a citação de provocações minhas em alguns portfólios de aprendizagens,

Aprendi que posso e faço a diferença na vida das pessoas,

Aprendi que sempre posso aperfeiçoar um projeto, mas mesmo que não o considere perfeito tenho que colocá-lo “na roda”, pois isso me rendeu a entrada no doutorado,

Aprendi que uma crítica ou um questionamento não significam uma ameaça, mas sim uma oportunidade para rever pensamentos e atitudes,

Aprendi que devo defender o que acredito, pensar porquê acredito e estar aberta às crenças e opiniões dos outros,

Aprendi que devo aprender a conjugar corretamente os verbos em português,

Aprendi que para aprender coisas novas e rever antigas posições é importante estar aberta à dúvida e à incerteza,

Aprendi que vou e quero aprender muitas coisas nesse ano que se inicia...

Que 2008 seja um ano marcado por novas e instigantes aprendizagens!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Aprendizagens cooperativas da irmã coruja


Fiquei várias semanas refletindo sobre alguma contribuição do Curso e da Tutoria para a minha vida pessoal. Nada me vinha à mente, faltavam idéias e o próprio hábito de refletir (e expor) mudanças na vida da “Simone”. Na maioria das vezes o que sobressai nos meus relatos é a “Simone estudante” ou a “Simone profissional”, como se fossem três pessoas diferentes... Porém, a algumas semanas atrás, me vi tomada pelo movimento de auxiliar meu irmão na elaboração do seu TCC. Ele faz Ciências da Computação na PUC e seu trabalho é a proposta e implementação de um ambiente de EAD que integra recursos síncronos (chat) e assíncronos (fórum) na mesma ferramenta, o Pnyx. Ele funciona de forma semelhante ao Gmail e pode ser integrado ao Moodle.

Pela primeira vez durante toda a formação dele tivemos momentos intensos de diálogo sobre o trabalho, pois a especificidade técnica quase sempre o afastava das conversas familiares sobre as atividades profissionais. Eu e minha mãe (pedagoga) não conseguíamos nos aproximar da linguagem dele, o que impedia muitas vezes os movimentos de conversa. Foi então que o TCC e a escrita do meu projeto para o doutorado proporcionou a aproximação. Começamos a trocar textos sobre o histórico da EAD, discutimos sobre as diferenças entre os modelos instrucionais e colaborativos, do papel de alunos e professores nos modelos. Comecei a cooperar com o texto do TCC propondo sentenças e parágrafos relacionados com a aprendizagem colaborativa. Recordo que o último texto que sugeri para ele foi um texto da profa. Rosane que fala sobre as diferenças entre “ensino na rede” e “aprendizagem em rede” (que alguns meses atrás foi me sugerido pela colega tutora Simone Garcia). A partir deste texto conseguimos construir um parágrafo do TCC (em resposta a um questionamento do orientador dele) sobre a importância da interação entre aluno-aluno, aluno-professor e que contribuía para a justificativa da própria proposta do sistema Pnyx.

Fora a preocupação dele com prazos de entrega, adequação do texto, acredito que esses momentos de conversa e escrita cooperativa puderam não só nos proporcionar uma troca interdisciplinar de saberes como também aproximar nossos laços fraternos. Anotem aí o nome do sistema, tenho certeza que vai fazer bastante sucesso. Quem garante é essa irmã coruja.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sobre a intencionalidade dos nossos comentários

No nosso último encontro no ESPEAD fizemos um exercício interessante de refletirmos em grupo sobre a "qualidade" dos comentários postados para os alunos nos diversos espaços do PEAD. Além dessa reflexão, nos foi proposto que escrevêssemos conjuntamente um comentário considerado "ideal". Deste exercício pudemos discutir sobre as diferentes formas de intervenções e nossos estilos singulares de sermos tutores.
Ainda naquela semana me deparei com uma postagem de uma aluna sobre os comentários postados para ela:

"...Confesso que fiz meu trabalho achando que realmente teria colocado o que penso e de acordo com o meu agir durante estes anos. Sei que todo este trabalho é para enriquecer nossa prática, mas confesso que estou um pouco desanimada, pois até agora não fiz nenhum trabalho que não houvesse observações, parece que nunca ta bom. Quando escrevo coloco palavras simples do meu dia-a-dia, não fico tirando teoria da internet e enfeitando meus trabalhos com palavras prontas. Mas parece que é isto que esta faltando!!!".

Tentando seguir a metodologia proposta pelo curso, tenho realizado meus comentários buscando trazer novas questões a partir do que os alunos escrevem em suas atividades, visando uma "pedagogia da pergunta" (Carvalho, Nevado e Bordas, 2006). Porém, essa aluna interpretou meu comentário como uma avaliação - "observações" segundo ela - "negativa" do seu trabalho.
Fiquei pensando que se o professor necessita de um "tempo" para desconstruir práticas pedagógicas arraigadas a longo tempo no seu fazer, o aluno também precisa de um "tempo" para se colocar em uma posição diferente enquanto aluno. E não é sem confronto e sem reflexão que se faz isso. Corre-se o risco de que os alunos não compreendam e não embarquem nesse tempo de mudanças se não nos atentarmos sobre o que nos é demandado e o que "devolvemos" para o aluno. Nessa situação, a resposta que me foi possível dar foi a seguinte:

"Oi ..., estou colocando comentários em todos os trabalhos postados por ti e pelos colegas. Minha intenção é que possamos estar sempre aprofundando nossas reflexões. Abração, Sibicca".

Minha intenção naquele momento foi sugerir para a aluna que o meu comentário não se tratava de um julgamento sobre a qualidade das suas reflexões, mas sim um convite para continuarmos refletindo sempre mais.

Não sei se esta foi a melhor estratégia, mas penso que devemos estar atentos para a intencionalidade dos nossos comentários.

Referência:

CARVALHO, Marie Jane Soares; NEVADO, Rosane Aragon de; BORDAS, Mérion Campos. Guia do Tutor. Porto Alegre: Gráfica da UFRGS, 2006.

sábado, 27 de outubro de 2007

Videoconferência com José Moran

Por indicação da professora Rosane, assisti a videoconferência proferida pelo professor José Moran, intitulada "A EAD no Brasil: situação e tendências". Nesta palestra, o professor Moran tratou sobre diversos assuntos relacionados com a situação atual da educação a distância, bem como algumas dificuldades e desafios para a área. Gostaria de destacar dois pontos trabalhados na videoconferência e que me chamaram atenção:

* O primeiro deles diz respeito ao acompanhamento dos alunos feito pelos tutores. Moran destacou a dificuldade que alguns tutores que atuam nos pólos podem ter em relação ao acompanhamento dos alunos quanto ao conteúdo trabalhado nas disciplinas. Segundo ele, muitas vezes os tutores de pólo não conseguem dar conta desta diversidade teórica, por outro lado, os alunos acabam exigindo esse conhecimento, pois encontram no tutor de pólo uma figura mais próxima com a qual podem contar. Reportando-me para a realidade do PEAD, penso que as formações realizadas antes do início de cada bloco de interdisciplinas minimiza essa distância do tutor de pólo em relação ao conteúdo. Porém, acredito que seja importante manter um acompanhamento destes tutores ao longo de todo o semestre. Outro fator que acredito auxiliar nesta questão é o próprio movimento que estamos conseguindo fazer, pelo menos no pólo de Sapiranga, do aluno procurar mais o tutor de sede para esclarecimento de dúvidas referentes ao conteúdo das interdisciplinas. Outro ponto que também diz respeito ao acompanhamento dos alunos, e bastante comentado pelo prof Moran, foi a qualidade dos retornos dados aos alunos. Os exemplos mencionados pelo palestrante foram ao encontro do que discutimos ao final do semestre passado sobre as devoluções (e que espero que voltemos a comentar...). Na palestra, Moran destacou a importância e a necessidade dos retornos contribuirem para o aprendizado dos alunos e não só se restringirem a comentários como "ok, está bom". Ele chamou esse movimento de "banalização do retorno", referindo como possíveis causas para estas intervenções, além do próprio tutor, o sistema que atribui um grande número de alunos para ser acompanhado por cada tutor e a falta de acompanhamento que o tutor tem para realizar as intervenções.

* Outro ponto bastante discutido na videoconferência foi a questão da avaliação. O prof Moran critica a posição do MEC no que se refere ao peso maior outorgado à avaliação presencial. Segundo ele esse posicionamento "esvazia a idéia de processo e introduz a desconfiança que já existe sobre a EAD". Outra questão interessante que ele comenta a partir de um questionamento é sobre as alternativas que os cursos podem inserir em relação a esta avaliação presencial. Segundo ele, o MEC não determina que tal avaliação tem que ser uma prova, cabe então ao próprio curso criar alternativas criativas para minimizar uma avaliação pontual e poder resgatar, mesmo que em um momento presencial, o processo que ocorreu durante todo o semestre. Enquanto assitia e ouvia sua fala reportei-me ao momento que estamos vivenciado de discussão sobre a avaliação presencial. Nos últimos dias estão ocorrendo trocas de emails entre a equipe de Sapiranga nas quais estamos delineando uma proposta de avaliação como formato de workshop. O que me parece interessante nesse processo é justamente a colaboração da equipe para a organização deste processo.

Bem, como acabei de assistir a essa videoconferência ainda estou sob o impacto da fala do prof Moran. Acredito ter resgatado neste espaço algumas colocações que foram (para mim) significativas e que vão ao encontro do meu posicionamento frente ao meu fazer como tutora e profissional participante do PEAD. Recomento aos colegas que ainda não assistiram à videoconferência que o façam. Além de aprendermos aspectos interessantes sobre o movimento da EAD, encontramos um palestrante muito simpático e, me parece, engajado em problematizar o fazer em EAD.