sábado, 27 de outubro de 2007

Videoconferência com José Moran

Por indicação da professora Rosane, assisti a videoconferência proferida pelo professor José Moran, intitulada "A EAD no Brasil: situação e tendências". Nesta palestra, o professor Moran tratou sobre diversos assuntos relacionados com a situação atual da educação a distância, bem como algumas dificuldades e desafios para a área. Gostaria de destacar dois pontos trabalhados na videoconferência e que me chamaram atenção:

* O primeiro deles diz respeito ao acompanhamento dos alunos feito pelos tutores. Moran destacou a dificuldade que alguns tutores que atuam nos pólos podem ter em relação ao acompanhamento dos alunos quanto ao conteúdo trabalhado nas disciplinas. Segundo ele, muitas vezes os tutores de pólo não conseguem dar conta desta diversidade teórica, por outro lado, os alunos acabam exigindo esse conhecimento, pois encontram no tutor de pólo uma figura mais próxima com a qual podem contar. Reportando-me para a realidade do PEAD, penso que as formações realizadas antes do início de cada bloco de interdisciplinas minimiza essa distância do tutor de pólo em relação ao conteúdo. Porém, acredito que seja importante manter um acompanhamento destes tutores ao longo de todo o semestre. Outro fator que acredito auxiliar nesta questão é o próprio movimento que estamos conseguindo fazer, pelo menos no pólo de Sapiranga, do aluno procurar mais o tutor de sede para esclarecimento de dúvidas referentes ao conteúdo das interdisciplinas. Outro ponto que também diz respeito ao acompanhamento dos alunos, e bastante comentado pelo prof Moran, foi a qualidade dos retornos dados aos alunos. Os exemplos mencionados pelo palestrante foram ao encontro do que discutimos ao final do semestre passado sobre as devoluções (e que espero que voltemos a comentar...). Na palestra, Moran destacou a importância e a necessidade dos retornos contribuirem para o aprendizado dos alunos e não só se restringirem a comentários como "ok, está bom". Ele chamou esse movimento de "banalização do retorno", referindo como possíveis causas para estas intervenções, além do próprio tutor, o sistema que atribui um grande número de alunos para ser acompanhado por cada tutor e a falta de acompanhamento que o tutor tem para realizar as intervenções.

* Outro ponto bastante discutido na videoconferência foi a questão da avaliação. O prof Moran critica a posição do MEC no que se refere ao peso maior outorgado à avaliação presencial. Segundo ele esse posicionamento "esvazia a idéia de processo e introduz a desconfiança que já existe sobre a EAD". Outra questão interessante que ele comenta a partir de um questionamento é sobre as alternativas que os cursos podem inserir em relação a esta avaliação presencial. Segundo ele, o MEC não determina que tal avaliação tem que ser uma prova, cabe então ao próprio curso criar alternativas criativas para minimizar uma avaliação pontual e poder resgatar, mesmo que em um momento presencial, o processo que ocorreu durante todo o semestre. Enquanto assitia e ouvia sua fala reportei-me ao momento que estamos vivenciado de discussão sobre a avaliação presencial. Nos últimos dias estão ocorrendo trocas de emails entre a equipe de Sapiranga nas quais estamos delineando uma proposta de avaliação como formato de workshop. O que me parece interessante nesse processo é justamente a colaboração da equipe para a organização deste processo.

Bem, como acabei de assistir a essa videoconferência ainda estou sob o impacto da fala do prof Moran. Acredito ter resgatado neste espaço algumas colocações que foram (para mim) significativas e que vão ao encontro do meu posicionamento frente ao meu fazer como tutora e profissional participante do PEAD. Recomento aos colegas que ainda não assistiram à videoconferência que o façam. Além de aprendermos aspectos interessantes sobre o movimento da EAD, encontramos um palestrante muito simpático e, me parece, engajado em problematizar o fazer em EAD.

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